quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poema

ALMAS

Ó solitário das estradas,

Desventurado pensador,

Há no caminho “almas penadas”

Que vão clamando desoladas

A dor e o pranto, o pranto e a dor!...

Vós, que o silêncio amais no mundo,

Em orações ao pé do altar,

Sob as arcadas silenciosas,

Almas feridas, desditosas,

Oram convosco a soluçar.

Ao descansardes, meditando,

À sombra de árvores em flor,

Sabei que às vezes sois seguidos

Pelas angústias dos gemidos,

De almas chagadas no amargar.

Clareie a luz do sol-nascente,

Negreje a treva na amplidão,

Gemem na Terra muitos seres

Pelos amargos padeceres

Depois da morte, na aflição.

Dai-lhes dos vossos pensamentos

Consolação que adoce a dor,

Dai um conforto à desventura,

A prece cheia de ternura,

Algo de afeto, algo de amor!...

 
Autor: Auta de Souza

Do livro Parnaso de Além-Túmulo.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

domingo, 24 de abril de 2011

Os Três Crivos

Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
- Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te em particular...
- Espera!... ajuntou o sábio prudente. Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos?
- Três crivos? – perguntou o visitante, espantado.
- Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro é o crivo da verdade.
Guardas absoluta certeza, quanto aquilo que pretendes comunicar?
- Bem ponderou o interlocutor, - assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e ... então...
- Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que queres me contar?
Hesitando, o homem replicou:
- Isso não... Muito pelo contrário...
- Ah! – tornou o sábio – então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
- Útil?!... – aduziu o visitante ainda agitado. – Útil não é...
- Bem – rematou o filósofo num sorriso, - se o que tens a confiar não é Verdadeiro, nem Bom e nem Útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós...

Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência...

Autor: Irmão X
Psicografia de Chico Xavier


Nota Minha: A mensagem passada pelo Espírito comunicante, citando Sócrates - filósofo em vida material e um dos autores do Livro dos Espíritos em vida espiritual -, à Chico Xavier nos demonstra a importância de nos atermos ao que é VERDADEIRO, BOM E ÚTIL em toda nossa caminhada com todos de nosso círculo familiar, social e relacional.
Se temos uma nóticia a dar, ou se ouvimos falar algo de alguém que nos é próximo - ou não - temos que passar essa informação pelo filtro da Verdade, Bondade e Utilidade. Se ela passar por algum desses filtros poderá ter relevância para quem a vai receber, se não, será considerada pura maledicência de nossa parte.
Mas, o mais importante é que levemos esses crivos para nossa vida num geral e que utilizemos os três juntos como filtros que nos moldam em todas as nossas expressões, em todos os tipos de comunicações e em todas as nossas ações com os nossos entes-irmãos queridos ou afastados.
Enfim, se formos SEMPRE VERDADEIROS, BONS E ÚTEIS iremos sempre acrescentar na vida das pessoas que nos rodeiam, porém se nos faltar uma desses filtros, poderemos, mais cedo ou mais tarde, ser taxados como MENTIROSOS, RUINS E INÚTEIS.
Mais uma vez é uma questão de LIVRE-ARBÍTRIO.
E toda semente plantada gera um tipo de planta, que poderá ser venenosa e espinhenta ou florida, frutífera e cheirosa!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Jesus e a Inteligência Emocional

Afirma Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional” que os grandes mestres espirituais como Jesus e Buda “tocaram o coração dos seus discípulos falando na linguagem da emoção, ensinando por parábolas, fábulas e contos”. Segundo o escritor estes mestres espirituais falam no “vernáculo do coração”, o que do ponto de vista racional tem pouco sentido.

Goleman explica ainda que segundo Freud, em seu “conceito primário” de pensamento, essa lógica da mente emocional é a “lógica da religião e da poesia, da psicose e das crianças, do sonho e do mito”. Isto engloba também as metáforas e imagens como as artes, romances, filmes, novelas, música, teatro, ópera, etc., pois tocam de forma direta a mente emocional.

Isto nos leva a entender por que as expressões religiosas e artísticas agradam tanto: é que a imensa maioria das pessoas é dominada pela emoção. Também explica o motivo dessa preferência das multidões a essas crenças novas, rotuladas de evangélicas, que manipulam as emoções como fator de atração e direcionamento de seus adeptos.

Mas, o que é a EMOÇÃO? O dicionário registra: qualquer agitação ou perturbação da mente; sentimento; paixão; qualquer sentimento veemente ou excitado.

Segundo Goleman: “EMOÇÃO se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir.”

Não podemos perder de vista as sutilezas em que as emoções se manifestam, para melhor entendimento do assunto e encaminhamento do nosso raciocínio.

Os estudiosos do tema propõem famílias básicas (assim co­mo as cores básicas); mencionaremos algumas:

IRA: fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação, indignação vexame, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, no extremo, ódio e violência patológicos.

TRISTEZA: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.

MEDO: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, como psicopatologia, fobia e pânico.

PRAZER: felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.

AMOR: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape (caridade).

E as virtudes e vícios que vão desde a fé, compaixão, esperança, coragem, altruísmo, perdão, equanimidade até dúvida, preguiça, tédio, etc. Há um debate científico sobre como classificar as emoções, já que podem ser igualmente um estado de espírito, temperamento ou se transformarem em distúrbios emocionais como depressão, angústia, ansiedade, fobias, etc.

Depreende-se, portanto, que em várias circunstâncias de nossa vida as emoções prevalecem e nos dominam. Quantas vezes nos surpreendemos diante de nossas alternâncias de estado de espírito, pois podemos ser muito racionais num momento e irracionais no seguinte quando o calor da emoção passa a comandar nossas atitudes.

É exatamente nos estados extremos das emoções que as pessoas cometem ações das quais se arrependem amargamente no minuto seguinte, quando a mente racional começa a reagir. É este o caminho dos crimes passionais, quando se diz que houve “privação dos sentidos”.

Portanto, emoções são sentimentos a se expressarem em impulsos e numa vasta gama de intensidade, gerando idéias, condutas, ações e reações. Quando burilados, equilibrados e bem conduzidos transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tomando-se, aí sim — virtudes.

O livro de Daniel Goleman traz-nos preciosas contribuições que devem ser analisadas à luz da Doutrina Espirita. Observemos, em princípio, o que consideramos a contribuição fundamental de sua obra: a distinção entre inteligência emocional e racional, em que “linguagem” a primeira se manifesta e todas as conseqüências que daí advêm. Mas, iremos analisar, especificamente, o discurso de Jesus, sob esta ótica.

Segundo o autor e conforme mencionamos linhas atrás, Jesus utilizou-se do “vernáculo do coração”, falava, portanto, a linguagem da emoção, e acrescentamos: do sentimento sublimado — por isto se diz que Ele trouxe a Lei de Amor.

Todavia, para a mentalidade racional que impera no Ocidente, nas elites intelectuais, sobretudo, essa mensagem passou a ser vista como sinônimo de psicose, infantilidade, poesia e utopia. Por outro lado, os principais fatores que geraram esse tipo de leitura foram as distorções, as interpolações e mutilações que o Evangelho sofreu e que o transformaram nesse cristianismo dos tempos atuais, muito distante da verdadeira Boa-Nova.

É exatamente no momento crucial em que a Europa, liderada pela França, entroniza a “deusa Razão”, zombando dos valores espirituais cultivados pela religião dominante, que a Terceira Revelação chega à Terra. O Espiritismo veio fazer uma leitura do Evangelho através da razão. Tendo em suas bases a moral cristã em sua pureza primitiva, interpretada, todavia, na linha do raciocínio a fim de que o seu aspecto emocional passe agora pela mente racional e possa ser aceita, assimilada pela mentalidade que prevalece em nossa época.

Cremos que a resistência na aceitação da Doutrina Espírita por parte dos países europeus (e mesmo norte-americanos), deve-se ao fato de não terem conseguido ainda assimilar essa nova mentalidade, pois destacam, de forma predominante, os valores intelectuais, a linha racional, não admitindo a prevalência da emoção ou a sua equiparação com a razão.

A Doutrina Espírita vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, mas, vejamos bem, sem abandonar, sem deixar de lado o aspecto emocional que é colocado na sua expressão mais alta, tal como o pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim que o SENTIMENTO E A RAZÃO podem e devem caminhar pela mesma via, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do ser humano: O AMOR E A SABEDORIA.

A questão 627 de “O Livro dos Espíritos” traz-nos primorosa síntese das finalidades do Espiritismo e, a certa altura da resposta transmitida pelos Espíritos Superiores afirma: “O ensino dos Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”


Autor: Suely Caldas Schubert

domingo, 17 de abril de 2011

Seja Compreensivo

Não se esqueça de usar a bondade em circunstância nenhuma da sua vida.

Vença a violência, antes que ela o deixe vencido.

Sorria ante o ofensor e esqueça-lhe a ofensa.

Revidar mal por mal, a pretexto de ser verdadeiro, é aprimorar a maldade que predomina na sua natureza, fazendo-o mais infeliz.

Recorra à oração e confie no tempo, quando as coisas se apresentarem diferentes do que você espera.

Infeliz, realmente, é todo aquele que acredite ser hoje o tempo único, buscando resolver agora, o que só mais tarde será solucionado naturalmente.

Não duvide da justiça divina, apenas porque não a consegue entender, na precipitação dos seus raciocínios apaixonados.

Você não é o único que tem problemas no mundo.

O maior problema da atualidade é o homem em si mesmo, e somente quanto este se volte para os valores mais altos da vida se equacionará.

Não transfira, portanto, para os outros, a responsabilidade do que lhe sucede de errado ou desagradável.

Você é filho de Deus, e, como afirmou Jesus, nenhuma das criaturas que o Pai Lhe confiou Ele deixaria perder-se.

Acalme-se e avance com a luz da Consciência Tranqüila, sem intentar fazer da sua claridade uma chama pronta a arder em volta, provocando devastação.


Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco



Nota Minha: A compreensão tem de ser utilizada em todos os seguimentos de nossa vida terrena. Temos que compreender o mundo e as pessoas que nos rodeiam, a partir do conhecimento das causas e "coisas" que regem o nosso universo (Providência Divida, amor, caridade, e etc.) como, também, tudo que nos assola e nos traz tristeza, tudo que nos parece cruel, injusto, tudo que nos parece desumano. Assim poderemos tomar as melhores atitudes nos piores momentos de nossa existência.
Dica: Escute mais, fale menos. Deus não nos deu dois ouvidos e uma boca à toa. E se coloque SEMPRE no lugar do outro, como se este fosse VOCÊ.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Extinção do Mal

Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.

Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.
Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.

A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.

A propósito, meditemos.
O Senhor corrige:
a ignorância: com a instrução;
o ódio: com o amor;
a necessidade: com o socorro;
o desequilíbrio: com o reajuste;
a ferida: com o bálsamo;
a dor: com o sedativo;
a doença: com o remédio;
a sombra: com a luz;
a fome: com o alimento;
o fogo: com a água;
a ofensa: com o perdão;
o desânimo: com a esperança;
a maldição: com a benção.

Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.
Simples ilusão.

O mal não suprime o mal.

Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.


Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Brilhe Vossa Luz


Nota Minha: Esse texto nos mostra o quão importante é a nossa reação - moral, cristã e para o bem - quando algo de mal nos assola. Nossa evolução espiritual também depende de nossas escolhas com relação à esses tipos de provações.
O caso do massacre das crianças na escola de Realengo - RJ, nos mostra o quão infeliz foi a atitude daquele jovem que, tomado por um ódio cultivado por anos, causado por algum tipo de humilhação sofrida nos tempos de escolaridade, resolveu liberar uma energia maligna para eliminar a outra energia maligna que ele cultivara dentro de si por tanto tempo. Sua atitude foi devastadora, ele apenas conseguiu disseminar o mal e a tristeza em várias famílias inocentes. E agora, como nos ensina a Doutrina do Espírito, estará sofrendo, pois perceberá que seu intuito de fazer justiça sobre almas inocentes não obteve sucesso. Somente cultivando o bem, e não desejando o mal para quem o fez sofrer ele poderia superar sua tristeza e exterminar sua revolta. Entretanto, com seu livre-arbítrio, ele escolheu o pior caminho quando optou pela vingança, e o pior, pela vingança covarde sobre crianças inocentes. Agora sofre para o bem de sua evolução, e chora sua pior escolha.
Por isso tudo, temos que orar por essa alma que agora sofre e emplora por misericórdia, e que pode agora ter apreendido o que realmente fez e o que deveria ter feito na realidade.
Para as crianças que se foram, devemos orar também, mas elas, certamente, estão agora nos braços de espíritos bons que as farão entender os fatos ocorridos, ou seja, estaram em melhor caminho do que aquele.
Nossas orações maiores devem se dirigir à família dessas crianças e também à alma daquele jovem infeliz.
Que Deus, em sua Divina Providência, tenha piedade desse pobre espírito.

domingo, 3 de abril de 2011

Não te permitas

Creia-se ou não, o intercâmbio espiritual sucede, naturalmente, dentro das leis de afinidade que regem a vida.

Onde o homem estagie o pensamento e situe os valores morais, aí ocorrem os mecanismo da sintonia que facultam o intercurso espiritual.

Afinal, os Espíritos são os homens mesmos, desvestidos do invólucro material, prosseguindo conforme as próprias conquistas.

Quando atrasados, perseveram nos estados primeiros do seu processo de evolução; malévolos, continuam atados à malquerença; perversos, permanecem comprazendo-se nas aflições que promovem; invejosos, estagiam na paixão desgastante que os intoxica; perseguidores, dão voz às tendências selvagens que cultivam; odientos, ampliam o círculo em que se encontram, contaminando aqueles que lhes tombam nas armadilhas.

Assim também ocorre com os que vivem a beleza e o amor, fomentam o trabalho e as artes, exercitam as virtudes e promovem o progresso, entesourando conquistas relevantes, de que se fazem depositários, irradiando o bem e mimetizando as criaturas que lhes facultam a assistência benéfica.

Não te permitas, desse modo, deslizes morais.

Instaura o período da vigilância pessoal e vitaliza o dever na mente para exercê-lo nos sentimentos junto ao próximo.

Os que partem da Terra, fortemente imantados aos vícios, retornam ávidos, sedentos, ansiosos, tentando continuar o infeliz programa, ora interrompido, utilizando-se de áulicos afins que lhes cedam os órgãos físicos...

Em conseqüência, a caravana das vítimas-inermes, padecendo as rudes obsessões espirituais, é muito grande.

Liberta-te das paixões inferiores, trabalhando as aspirações e plasmando o futuro mediante a ação correta.

Muda os clichês mentais viciosos e renova as paisagens íntimas.

Faze a oração do silêncio, reflexionando sobre os reais valores da vida.

Vincula-te ao amor ao próximo, contribuindo de alguma forma para o bem de alguém, para o bem geral.

Sentindo aguçadas as tendências negativas, desperta e reage, não te deixando hipnotizar pelos Espíritos perturbadores.

Sintoniza com Jesus, e Ele, o Amigo Incondicional e Libertador, virá em teu socorro, favorecendo-te com a paz e a alegria.


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Alerta


Nota Minha: O texto de Joanna nos mostra a importância do cultivo de bons sentimentos, bons pensamentos, da prática de causas morais relevantes para o bem da sociedade, para que os maus estímulos que possam surgir do mundo espiritual não encontrem campo em nossa morada material provisória para se desenvolver ou instaurar-se.
Cabe a nós o nosso futuro. Se tendermos aos vícios da matéria, se tendermos aos péssimos sentimentos do ódio, da inveja, da traição, da maldade geral, atrairemos todo o tipo de energia espiritual que conserva esses mesmos sentimentos e que sentem "prazer" em realizá-los novamente no mundo material que já não pertencem mais. Entretanto, se focarmos nossa caminhada nas causas morais de inspiração cristã (caridade; perdão; amor; axílio aos necessitados de alimento material, intelectual e moral e etc.) e tendermos nossos pensamentos para a esperança, otimismo e para o bem geral, os Espíritos imperfeitos não terão campo de ação e cada vez mais estaremos próximos da evolução do Espírito.
Cabe a nós utilizarmos nosso livre-arbítrio. Para o Bem, ou para o mal.
Mas lembre-se, cada caminho tomado tem sua consequência, e essa pode ser como em um boletim escolar: Ótima, Boa ou Insuficiente!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Perispírito

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?

Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.

Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.

O perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico.

Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.

Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.

O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.

Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.

O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.

Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.

Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva ao santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.

Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.

Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.

Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.

A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.

A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.

O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.

Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos no demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.


Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Roteiro



Nota Minha: O Perispírito é o "orgão" que liga o Espírito à matéria. Tem a função primordial de transmitir as sensações Espirituais ao corpo e as sensações materiais ao Espírito.
Quando desencarnado, um Espírito mais evoluído possui seu perispírito menos ligado à tudo que diz respeito a sua vida material, tem maior apreensão de sua realidade e não se deixa levar por sensações resquiciosas da vida material.
Em outro caso, um Espírito menos evoluído, mantém um Perispírito denso que continua recebendo altas vibrações (sofrimentos de familiares, sentimentos de dor, felicidade, saudade e etc.) do mundo material o que o traz grande sofrimento e sentimento de prisão ao mundo material. Nesse último caso o Perispírito transporta as sensações como se fosse um sentido normal do ser humano, como a visão, a audição, o tato e etc. Entretanto o Espírito não possui setidos pontuais como o ser humano, ele possui um sentido generalizado, ou seja, tudo o que o perispírito transporta para o Espírito, da vida material, após a desencarnação, é generalizado, a dor é sentida de maneira geral, a angústia, o sofrimento, a saudade da mesma forma, e por isso o sofrimento se torna também geral e, por isso, muito maior.
Daí a importancia da evolução espiritual para o término desses tipos de sofrimentos da alma.