sexta-feira, 10 de junho de 2011

Conflito

Antigamente, o duelo surgia por hábito deplorável, desfigurando o caráter e enodoando a cultura.

Empenhavam-se antagonista, com a presença de testemunhas, em golpes violentos, legalizando o homicídio em nome da honra.

O progresso aboliu semelhante nódoa de nossa face, todavia, o conflito continua em outras modalidades, a dentro de nossa vida.

Não mais a característica fulminante, dos apetrechos de matar ou ferir, mas o golpe em câmara lenta que o ódio e a incompreensão, a ignorância e a crueldade arremessam por onde passam, gerando perturbações e enfermidade.

Por toda parte, vemos o duelo mental torturando e aniquilando criaturas, mantido por nossas atitudes delituosas de uns para com os outros, quando não se exprime, sem forma perceptível aos sentidos comuns, à feição da troca de dardos invisíveis, penetrando corações, arrojando-os, muitas vezes, aos tormentos do hospício ou à vala da morte.

Fujamos de toda idéia que signifique discórdia e maledicência, ciúme e desespero, maldade e intolerância, porquanto, as imagens desse teor, a fluirem constantes de nossa fonte mental, possuem vitalidade própria, corporificando-se com a persistência de nossas irreflexões repetidas e atingindo o objetivo de nossas projeções, a operarem desajuste e flagelação regressando a nós mesmos, em lamentável retorno, trazendo-nos de volta, a aflição e o infortúnio que tivermos causado.

O amor é Lei Universal, mas a Justiça nos segue, serena e inexorável, para que todos nós tenhamos no caminho o justo pagamento de nossas próprias obras.


Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier. Do livro: Viajor


Nota Minha: Antes o assassino era legitimado por suas causas, principalmente a honra. A violência era aceita quando havia um fundo de conciência e "razão". Mas essa violência era mediada por sentimentos de justiça e bondade. Hoje, em tempos modernistas e progressistas, quando o homicídio, o latrocínio, e outros crimes violentos ocorrem, ocorrem por motivos torpes e que nem mesmo animas irracionais fazem. Indo de encontro, temos leis que nos protegem, pelo menos em parte.
Mas o que se mostra como doença da modernidade é o cultivo interior de sentimentos (inveja, crueldade, ignorância e etc) que permeam nossas vidas substituido os "justos" duelos  com armas de antes (isso quando nao retrocedemos e as utilizamos). São sentimentos causados pelo espírito do individualismo que o homem criou com seu novo modo de produção e apropriação do mundo, mas esse contexto é de enorme amplitude de debate, e não vem ao caso agora discutí-lo.
O homem deixou, a longo tempo, de pensar no próximo, de fazer pelo próximo, temos que voltar a cultivar sentimentos perdidos no tempo-espaço como a caridade, a bondade e a moralidade, e assim parar nossa mente no que tange aos pensamentos movidos pelo mundo mercadológico e do dinheiro que nos fazem sempre a pensar no outro como obstáculo para nossa evolução social e cultural.
Assassine seus pensamentos assassinos com pensamentos bons e morais, no que tange as Causas Espíritas, porque assim, trará mais PAZ para o seu interior.
Essa é a mensagem que fica: a Luz do Sol é para todos, então porque apagar a luz do vizinho, se o sol (Deus e seus valores) brilha com a mesma intensidade para todos nós?!

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