quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poema

ALMAS

Ó solitário das estradas,

Desventurado pensador,

Há no caminho “almas penadas”

Que vão clamando desoladas

A dor e o pranto, o pranto e a dor!...

Vós, que o silêncio amais no mundo,

Em orações ao pé do altar,

Sob as arcadas silenciosas,

Almas feridas, desditosas,

Oram convosco a soluçar.

Ao descansardes, meditando,

À sombra de árvores em flor,

Sabei que às vezes sois seguidos

Pelas angústias dos gemidos,

De almas chagadas no amargar.

Clareie a luz do sol-nascente,

Negreje a treva na amplidão,

Gemem na Terra muitos seres

Pelos amargos padeceres

Depois da morte, na aflição.

Dai-lhes dos vossos pensamentos

Consolação que adoce a dor,

Dai um conforto à desventura,

A prece cheia de ternura,

Algo de afeto, algo de amor!...

 
Autor: Auta de Souza

Do livro Parnaso de Além-Túmulo.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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